A grande maioria dos moradores de rua em Florianópolis é do sexo masculino e tem o primeiro grau incompleto. Pelo menos é essa a percepção que nos deu a vivência jornalística nas ruas da cidade.
Os fatos são tão chocantes, a realidade tão dramática, que parece mentira. A angústia de se viver diante das ruas e basicamente abaixo do céu faça sol ou chuva, presenciando a fome, a sede de água limpa e o desejo por um banho que já virara utopia... Tudo é tão cruel que fica difícil acreditar. As vestes não somente têm a cor da labuta como também transpiram o incansável sofrimento de se deitar incontáveis dias nas calçadas e paralelepípedos. Permanecer com a mesma roupa em mais um longo dia de mendicância é algo que já faz parte do cotidiano.
“A maioria aqui usa drogas e depende do álcool. Tem que ser assim pra suportar essa vida”, desabafa Luiz, morador de rua há mais de 30 anos. O sol se põe, os primeiros sinais da noite surgem e com eles a fumaça de cigarros já transcende o que ainda está por vir. A droga parece remédio que cura o sofrimento de não ter um lar. É um tipo de farsa, que encobre as ruínas dessa vida tão injusta. Um praz que ajuda a esquecer e viver com menos intensidade as dificuldades de cada dia.
Muitos não têm alternativa às ruas, mas outros possuem casa, família e estudo, mas ficam na rua por opção, pelo fato de não se dar bem na convivência familiar, ou para conseguir dinheiro, juntando embalagens retornáveis e vendendo para aproveitamento de reciclados. E na falta de companheiros de sangue, a afinidade com os colegas torna-se muito maior, vira sinônimo de cumplicidade. E quando isso não ocorre, o afeto é dedicado a um bichinho “indefeso”, batizado como melhor amigo do homem.
As doações são sempre bem-vindas. Aliás, muitos dos moradores de rua dependem delas para seu sustento, pois não é sempre que o árduo trabalho de catação de lixo é recompensado ao fim do dia.
O que parece mais entristecer esses moradores é o fato de as pessoas demonstrarem indiferença com essa situação. Quando passam, ignoram, fingem não estar vendo essa realidade tão nítida e ao mesmo tempo invisível em quase todas as esquinas e praças da cidade. E caso haja comoção, ela é momentânea. Minutos depois a pessoa já retoma seu caminho e esquece a cena que presenciou.
É a partir daí que necessita a mudança na nossa sociedade. O desprezo não leva a lugar algum, não traz benefícios e muito menos resolve os problemas do mundo. Mas enxergar a realidade viva e tomar consciência do seu papel na sociedade pode trazer resultados benéficos de cidadãos comprometidos e responsáveis com o futuro e bem-estar de todos os habitantes de sua cidade.
Mais de 32 mil cidadãos moram hoje nas ruas, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em pesquisa realizada no ano passado. Diante disso, os mendigos pedem oportunidades de inserção social. “A gente quer ser visto como gente” ressalta Luiz. “Um pão hoje mata a minha fome, mas não garante minha comida de amanhã. Um emprego era o que eu queria”, acrescenta ele, garantindo que doação e esmola não resolvem os problemas dos moradores.
E assim eles vivem na esperança de que o dia seguinte será muito melhor trazendo uma vida digna para todos.
Os fatos são tão chocantes, a realidade tão dramática, que parece mentira. A angústia de se viver diante das ruas e basicamente abaixo do céu faça sol ou chuva, presenciando a fome, a sede de água limpa e o desejo por um banho que já virara utopia... Tudo é tão cruel que fica difícil acreditar. As vestes não somente têm a cor da labuta como também transpiram o incansável sofrimento de se deitar incontáveis dias nas calçadas e paralelepípedos. Permanecer com a mesma roupa em mais um longo dia de mendicância é algo que já faz parte do cotidiano.
“A maioria aqui usa drogas e depende do álcool. Tem que ser assim pra suportar essa vida”, desabafa Luiz, morador de rua há mais de 30 anos. O sol se põe, os primeiros sinais da noite surgem e com eles a fumaça de cigarros já transcende o que ainda está por vir. A droga parece remédio que cura o sofrimento de não ter um lar. É um tipo de farsa, que encobre as ruínas dessa vida tão injusta. Um praz que ajuda a esquecer e viver com menos intensidade as dificuldades de cada dia.
“A maioria usa drogas
pra suportar essa vida”
pra suportar essa vida”
Muitos não têm alternativa às ruas, mas outros possuem casa, família e estudo, mas ficam na rua por opção, pelo fato de não se dar bem na convivência familiar, ou para conseguir dinheiro, juntando embalagens retornáveis e vendendo para aproveitamento de reciclados. E na falta de companheiros de sangue, a afinidade com os colegas torna-se muito maior, vira sinônimo de cumplicidade. E quando isso não ocorre, o afeto é dedicado a um bichinho “indefeso”, batizado como melhor amigo do homem.
As doações são sempre bem-vindas. Aliás, muitos dos moradores de rua dependem delas para seu sustento, pois não é sempre que o árduo trabalho de catação de lixo é recompensado ao fim do dia.
O que parece mais entristecer esses moradores é o fato de as pessoas demonstrarem indiferença com essa situação. Quando passam, ignoram, fingem não estar vendo essa realidade tão nítida e ao mesmo tempo invisível em quase todas as esquinas e praças da cidade. E caso haja comoção, ela é momentânea. Minutos depois a pessoa já retoma seu caminho e esquece a cena que presenciou.
É a partir daí que necessita a mudança na nossa sociedade. O desprezo não leva a lugar algum, não traz benefícios e muito menos resolve os problemas do mundo. Mas enxergar a realidade viva e tomar consciência do seu papel na sociedade pode trazer resultados benéficos de cidadãos comprometidos e responsáveis com o futuro e bem-estar de todos os habitantes de sua cidade.
Mais de 32 mil cidadãos moram hoje nas ruas, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em pesquisa realizada no ano passado. Diante disso, os mendigos pedem oportunidades de inserção social. “A gente quer ser visto como gente” ressalta Luiz. “Um pão hoje mata a minha fome, mas não garante minha comida de amanhã. Um emprego era o que eu queria”, acrescenta ele, garantindo que doação e esmola não resolvem os problemas dos moradores.
E assim eles vivem na esperança de que o dia seguinte será muito melhor trazendo uma vida digna para todos.
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