por Jenniffer Viana
1969, Bethel – EUA, mais de 500 mil pessoas, três dias de uma reunião para o consumo de drogas, música e para a celebração da cultura paz e amor. Era a época mais hippie de todos os tempos. Era o Woodstock. Foi um grande acontecimento para o marco da história da música e dos festivais.
Um movimento conta-cultura onde as mentes eram abertas demais para a época, lá todas as drogas eram legais e qualquer manifestação de desejo era livre. Era assim que a comunidade hippie gostaria de viver, sem privações, sem preconceitos. E livres, era a principal coisa pela qual lutavam, “a liberdade”. Liberdade de escolha, liberdade de pensamentos e ações.
A contracultura hippie estava no auge e incluía protestos anti - guerra, conta o capitalismo, luta pela “liberdade” às mulheres, contra a guerra do Vietnã, entre outros desejos de conquistas. A vida comunitária e o estilo de vida nômade, era prova da negação ao nacionalismo. A vida dos hippies era movida de manifestações e protestos.
Negação ao nacionalismo! Anos 2000. Brasil. Onde está a luta para vermos um país melhor? Longe da corrupção, sem esses cartolas e engravatados que só sabem roubar o dinheiro e a dignidade do povo. – A última manifestação da qual me lembro é o empitchman. Era 1994, eu tinha apenas 10 anos, pouco me lembro do que realmente esse manifesto significou, lembro de uns alunos do meu colégio, lá no Maranhão, com as caras pintadas de verde e amarelo. Pra quê? Pra tirar o Collor do poder? Que eu saiba ela ainda está transitando pelos corredores do Senado Federal. Será que nada adiantou?
Na última viagem que fiz de carro, Florianópolis - São Luís, vi muitos lugares bonitos deste Brasil, paisagens que jamais esquecerei, mais o que mais me marcou foi a divisão que existe no meio do país. Mais ao norte o que vejo são comunidades esquecidas, casinhas de sapê, pessoas transitando em antigas carroças ou montadas no lombo de um jumento. Onde está o Brasil que só cresce? Onde se concretiza o discurso que vemos na televisão?
Será que o que me falta, é refletir melhor sobre o filme que vi ontem?
Ontem assistir Hair, um filme indicado por uma professora minha, minha primeira visão foi de aversão, de achar que aquele musical que mostrou como a cultura hippie vivia nos anos 60 não tinha nada a ver, taxei os personagens de loucos e idiotas. Pensei melhor.
Pensei na vida que levavam longe dessa correria em que vivemos hoje, ignorando a selva de pedra que os rodeava. Acho que preciso fazer alguma coisa do tipo, preciso relaxar, pensar mais em mim, nos meu prazeres. Acho que era somente isso que buscavam, a vida com prazer. E é exatamente isso que falta as pessoas. Olhar ao redor, prestar mais atenção no mundo, nas pessoas, nos sentimentos, olhar mais pra si, sem perder a essência da vida.
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